No espaço curto da cela
olho a parede espelhada,
no espelho eu vejo ela
quando era ainda namorada.
Por que razão está ali
se eu não quero recordar,
nesse dia eu lhe bati
com vontade de a matar.
Só posso estar delirando
pois o espelho é só betão,
será que estou confessando
o crime que eu disse não.
No espelho me estou vendo
com a fúria de um animal,
vendo-a já desfalecendo
não parei para ser mortal.
O espelho é a imaginação
mas não vou poder esquecer,
julgo não merecer perdão
e irei sofrer até morrer.
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