Eram sete horas da manhã
num dia de sol radioso,
Lisboa já rezava com afã
de repente ruído tenebroso.
Dia de todos os Santos
ninguém espera tal castigo,
igrejas e seus encantos
trazem a morte consigo.
As casas caem, a terra treme
com o abanar mais violento,
como uma prensa que espreme
aquele doce muito suculento.
O Diabo que em sete minutos
ficou livre e como se vingou,
ciumento pelos não tributos
que dos devotos a ele faltou.
Depois um montão de ruinas
mais tsunami ,muitos fogos,
alguma gente má nas rapinas
das casas ricas e nas lojas.
O Rei já doente, ossos tortos,
pergunta o que há-de fazer,
Marquês disse: enterra mortos
e para os vivos, dá-lhes comer.
Dom José vendo o trabalho
que era demais para um rei,
disse ao Marques: ó Carvalho
faz tudo, eu poderes te dei.
O Marquês limpou as ruas
para evitar aqueles odores,
enforcou com ordens suas
aquele bando de rapinadores.
Chamou os bons arquitetos
e desenhou a nova cidade,
grande praça linhas retas
tudo pela nova liberdade.
O seu poder já é tão grande
que os nobres já vão minando,
um tiro na noite se expande
é o momento: e oito enforcando.
Mas Dom José se esvazia
chega ao seu fim e nos deixa,
sucede-lhe filha Dona Maria
e ela do Marquês tem queixa.
O Marquês por fim é despojado
do cimo do seu alto pedestal,
foi banido por fim desterrado
para a sua linda vila de Pombal.
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