Na serra só há mato e oliveiras
em volta da casa muito alecrim
ouço correr a água nas ribeiras
rebanhos passando nas carreiras
e eu saio da cama, penso assim.
Porque estás aqui só e parado
quando toda a vida é movimento,
levanta-te e pega num arado
lavra toda a terra do cerrado
mais coragem, não percas tempo.
Lá mais longe canta a cotovia
está feliz por voltar ao ninho,
olho o belo sol que nos guia
peço ao bom senhor da agonia
que me guarde com todo carinho.
Quando este dia chega ao fim,
estou de volta chego a casa,
do canteiro o cheiro a jasmim
o meu cão em festas para mim
porque na minha falta chorava.
O campo alarga a minha alma
pois ela vagueia pelos montes,
nos vales o silêncio me acalma
as aves em liberdade acasalam
eu sou feliz, ouvindo as fontes.
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