São duas crianças descalças
com o boné tapando a cabeça,
remendos grandes nas calças
vê-se, nasceram sem o berço.
Andam na rua sem a bola
não a tinham nesse tempo,
para eles não havia escola
não tinha valor, o talento.
Olham os dois fascinados
a montra com os brinquedos,
pensam, e de olhos molhados
o Natal não quer remendos.
As crianças de uma cidade
que vivem em bairro pobre,
vão gastando sua mocidade
sonhando, o que tem o nobre.
São dois irmãos espantados
olhando a montra da loja,
eles imitam os namorados
sonhando com que lhes foge.
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