O cheiro da terra molhada
relembro a horta da mãe,
onde ela colhia a salada
com sabor, que outra não tem.
Eu a revejo chegando a casa
cesto à cabeça com verduras,
aquilo que com amor cultivava
quando ia diluindo amarguras.
Vida dura teve esta gente
em tempo de guerra e fome,
tudo o que têm dão à semente
e se não sobrar, não come.
É tão bom ter uma mãe
sempre no meu pensamento,
estar presente ou no além
a lembro a todo o momento.
Eu lembro a infeliz criança
que nunca viu a sua mãe,
porque ela morreu na esperança
que o filho vai ser alguém.
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