Serra, triste manta escura
cheiro a morte, não tem vida,
com cor de amora madura
nem às aves dá comida.
Foram serras de mil cores
de pinheiros verdejantes,
entre eles sonhei com amores
como o fazem os amantes.
Por entre escarpas medonhas
despidas de ar doentio,
já deixei de ver cegonhas
mas no fundo, corre um rio.
O tempo quente vai passar
para a semana irá chover,
a natureza volta a dar
nova manta vai crescer.
Sendo a terra tão bonita
e nela vivem milhões,
não quero ser parasita
mas dela escrever canções.