Açúcar com ovos na balança
água, farinha e amasso sem fim,
recheio a gosto da criança
eu nasci, uma bola de Berlim.
Bem escaldada em azeite quente
fofa dentro, por fora estaladiça,
na praia, vendida a toda a gente
e guardada numa mala de cortiça.
O recheio amarelo e gostoso
talvez feito às mãos da fada,
escorre-me nas mãos apetitoso
não resisto, vai mais uma dentada.
O menino do lado vai comendo
sua mãe, para ela não comprou,
vendo o vendedor e não podendo
pensa que comeu, mas só sonhou.
Bolas de Berlim para lanchar
o vendedor lá vai apregoando,
nesta linda tarde junto ao mar
O seu velho pregão vai cantando.