A pomba de asa partida
estacionou no meu quintal,
não foge, o vaso a abriga
com medo que lhe faça mal.
estacionou no meu quintal,
não foge, o vaso a abriga
com medo que lhe faça mal.
Do seu estado tenho pena
mas pouco eu posso fazer,
escondida entre alfazema
ponho-lhe água e o comer.
mas pouco eu posso fazer,
escondida entre alfazema
ponho-lhe água e o comer.
Com um olhar de piedade
por certo cheia de dores,
não aceita minha caridade
lá fica no meio de flores
por certo cheia de dores,
não aceita minha caridade
lá fica no meio de flores
Eu para deixá-la sozinha
penso que ela irá comer,
só uma asa, a pobrezinha
não sei se irá sobreviver.
penso que ela irá comer,
só uma asa, a pobrezinha
não sei se irá sobreviver.
Eu sei que é a lei da vida
mas, custa-me muito aceitar,
é pomba, é minha despedida
mas eu não a poderei salvar.
mas, custa-me muito aceitar,
é pomba, é minha despedida
mas eu não a poderei salvar.
Passado um tempo ela comeu
apanhei-a e estiquei a asa,
soltei-a porque ela correu
voando ela voltou para casa.
apanhei-a e estiquei a asa,
soltei-a porque ela correu
voando ela voltou para casa.
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