Hoje o meu irmão morreu: partiu,
sem queixas se finou suavemente,
a corda não esticou e se extinguiu
ele assim adormeceu serenamente.
Teve a vida longa,mas sozinho,
sem nunca encontrar sua metade,
nunca experimentou o tal carinho
daqueles dois braços da verdade.
Saiu da sua mãe, era um menino
quando os sonhos são realizáveis,
trabalho sem direitos foi destino
que fizeram seus sonhos miseráveis.
Procurou ser feliz, nunca encontrou
alguém que compense a sua falta,
sempre sozinho, pelo mundo viajou
com amigos ou reunindo a malta.
No fim a tristeza junta as pontas
adolescência sem carinho dum lar,
na revisão do passado faz as contas
pensando nunca ter tempo para amar.
A luta intensa da vida que o marcou
em pleno auge da força de um rapaz,
agradece à gente bondosa que o tratou
mas possa no final, ter descanso e paz.
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