Tudo é pequeno, sem espaço,
onde compro os meus jornais,
a senhora estende o braço
falando em coisas banais.
Entra fumador apressado
trazendo na mão migalhas,
quero a onça do prensado
mais o livro de mortalhas.
Mulheres falam, numa delas,
pondo o cor-de-rosa em dia,
vão discutindo as novelas
uma diz: isso eu não fazia.
A dona já sabe de tudo
casas, famílias e as tricas,
vai dizendo a todo o mundo
os amores e desamores da Micas.
O quiosque e a pastelaria
são o coração do social,
se o não fosse, talvez seria
triste lugar em Portugal.
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