Cruzeiro da Amêndoa

domingo, 19 de maio de 2024

Nos primeiros dois bilhões de anos
a terra viveu sempre sozinha,
ainda sem qualquer ser humano
só com a linda lua por vizinha.

Para ela se manter mais limpa
nunca precisou de ter canos,
veio o homem, descobriu a tinta
e poluiu os nossos oceanos.

Todo o material indestrutível
que já encheu a terra e o mar,
os peixes acham o plástico comestível
tudo é bom para nos alimentar.

Nossa linda terra e já doente
mas com todo ambiente poluído,
trás-nos transtornos à mente
juntando ao ar o grande ruído.

Porque estragamos o que temos
mas que de graça nos foi dado,
pois vamos todos gastar menos
mas tratar a terra com cuidado.

Caiu ao nosso anjo uma pena
Ao ver na terra a maldade,
não sendo coisa tão pequena
ele voltou à sua irmandade.

Sem uma pena que lhe falta
ele vai voando inclinado,
volta à terra outra solta
e por outro anjo é ajudado.

Os anjos lá na sua nuvem
protegem esses mal amados,
na terra demónios turvam
poucos bem intencionados.

Mas o nosso anjo já cansado
chegou ao fim da estação,
pois abandona o mal amado
povo e nossa bela geração.

Tantas crenças diferentes
que lutam para se afirmar
padres, rabinos, profetas
cada um lá tem o seu altar.

A Grande Roma tem uma fonte
que dá sorte a teus desejos,
por visitá-la fazes a ponte
trazendo as flores e riqueza.

Ao virares as costas à bica
lanças tua moeda p'ra água,
sonhas com teu amor e ficas
só, mas sofrendo tua mágoa.

Nós, poderemos visitar Roma
e não poder ver nosso Papa,
pois esta obra de arte soma
toda a Roma que ela retrata.

São dois dias para os encher
os baldes que estão à espera,
são tratadas para as oferecer
a Cáritas por elas desespera.

Vamos pedir a quem mais tem
mas que não lhe faça falta,
enchendo esses baldes também
para dar aos pobres da malta.

Meus tempos de juventude
ainda no campo antigo,
tinha para mim a virtude
ter no Sporting um amigo.

Porque ajudei a derrubar
as velhas pedras antigas,
numa festa para angariar
essas boas moedas amigas.

Nasceu o Estádio de Alvalade
mas fizeram-lhe uma vala,
para os adeptos com maldade
não conseguirem salta-la.

Porque eu vivi muitos anos
vou assistir e ver tapá-la,
o fosso para rato de canos
hoje p'ra sócios de bengala.

Ainda bem que o novo tempo
nos trás o presidente puro,
enfrentando um forte vento
desses negócios no escuro.

Obrigado, por nos brindar
com estádio muito bonito,
vai cativar a quem passar
verde puro, não esquisito.

Descoberto o mundo novo
avançou o esclavagista,
fazendo um rebanho do pobre povo
com ilusões e conquista.

Lançaram navios negreiros
brutos homens avarentos,
trocam negros a candeeiros
amarrados, esperam ventos.

Sai o negreiro da Europa

carregado com bugigangas,
troca por negros na rota
presos correntes a mangas.

Treze milhões lá chegaram
mais uns milhões que morreram,
trezentos anos sangraram
e por algum tempo viveram.

Portugal foi escravisador
mas dos primeiros a pensar,
abolir de vez a grande dor
e dos últimos descolonizar.

O jovem judoca pergunta
a um Mestre, já com idade,
- Para bem poder lutar
basta ter habilidade?

- Quantas vezes eu repito
a técnica para ela bem me sair,
e em certo momento, aflito
sem pensar, fazer o outro cair?

- Cem vezes para entenderes
como o movimento funciona,
porque se tudo bem fizeres
não irás sentir vergonha.

- Mas mais mil repetições farás
para que tudo saia certo,
de frente, de lado e para trás
não te ponhas muito perto!

Por fim, dez mil vezes para teres
essa confiança no que fazes,
com toda a vontade, se a tiveres
Serás um campeão, dos rapazes.

Um filho é para a vida
é um pedaço do coração,
lembra bem essa comida
e para viver uma razão.

Ele é todo meu oxigénio
e a minha fonte de amor,
suaviza o meu mau génio
faz-me desprezar a dor.

Dá-me força se não tenho
com o seu bom acreditar,
e sinto algo de estranho
se mal ele está a passar.

Está lá sempre no meu sonho
sou dele o guarda constante,
por ele eu logo me exponho
para ter o futuro brilhante.

Não há outro sabor comparado
com o prazer dum colo da mãe,
mesmo vivendo muito afastado
lembra sempre que a mãe tem.