Cruzeiro da Amêndoa

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Um português anda pouco
mas no vinho bebe bem,
é grosso de canto rouco
bebe seis litros aos cem.

Vinte e seis litros ao ano
é a média de um português,
se um não quer por engano
logo o outro bebe por três.

Os poucos que ainda correm
o seu não andar começa cedo,
pois mais cedo ainda morrem
eles bebem e perdem o medo.

Seu médico lhe diz, vá andar
todos os dias uma légua,

eu ando pouco, muito devagar
porque esqueci-me da régua.

Hoje ao jantar eu vou beber
e degustar o meu bacalhau,
depois na ressaca vou dizer
este teu vinho não era mau.

Já ambos de meia idade
pelo parque passeando,
nesse domingo de cidade
se beijam, vão namorando.

Outono em dias pequenos
o sol se vai escondendo,
levo os bolos e comemos
com vinho vamos bebendo.

Tudo está correndo bem
e o motor vai aquecendo,
ela diz, não se contem
aquilo que está querendo.

Meu amor eu quero um filho
e tê-lo aqui junto de mim,
quero cria-lo e com brilho
bem juntinho de mim assim.

Eu não quero ver-te sofrer
sem alguém debaixo da asa,
e amanhã um eu vou trazer
dos meus quatro lá de casa.

Tivemos num passado cangurus
no desconhecido deram saltos,
descobriram os povos seminus
vivendo em casotas e socalcos.

Os anos passaram, se acabou
ficamos pequenos e cansados,
e mão estendida a quem ficou
estamos no lote de atrasados.

Temos os políticos sem garra
tudo prometem mas não fazem,
são bons nos elogios e farras
no trabalho problemas trazem.

Tudo será esquerda ou direita
porque nós só temos duas mãos,
o centro a vitória é perfeita
pois aí se abraçam dois irmãos.

Quem não conquistar tal centro
não tem por certo essa vitória,
porque Portugal tem seu ventre
grande experiência em memória.

Eu entendo aquilo que falas
pois sei o que queres dizer,
nos olhos um sorriso exalas
porque eu os sei compreender.

Num só gesto, pedes desculpa
e eu te perdoo nesse momento,
sem o teu falar tudo encurta
e esse teu gesto é suficiente.

Nos toques sentem o conversar
porque transmitem sentimentos,
mais,colocam os dois a pensar
já, com os mesmos alinhamentos.

Os teus silêncios transmitem
mensagens ocultas do sentir,
pois sem o falar elas imitem
teus pontos fracos e carentes.

Eu adoro os olhos que falam
com um transparente sorriso,
e que nessa onda me embalam
nesses momentos mais felizes.

De tudo o melhor que há
é eu estar vivo e viver,
pois sem a vida não dá
ter um momento de prazer.

Bom viver em cada momento
porque não se irá repetir,
a vida se escoa e o tempo
de hoje já não volta a vir.

Ao saberes quando és feliz
para o viver intensamente,
ele não volta mais à raiz
já passou vai com o vento.

Séculos, anos ou instante
já não volta a ser igual,
seja ali perto ou distante
na Nicarágua ou Portugal.

Ouça um conselho de amigo
deste que só lhe quer bem,
sendo a tristeza o perigo
seja o alegre, pois convém.

A guerra na terra santa
é uma luta entre irmãos,
mas bastava uma só manta
para Muçulmanos e Judeus.

Pois a religião os divide
tendo eles seu mesmo Deus,
mas seu viver não coincide
cada qual vive com os seus.

Acabem com grande matança
porque ódio abriu o fosso,
em vez disso uma festança
com boa comida e sem osso.

O perdão é caminho da paz
maior respeito ao vizinho,
pois o grande povo é capaz
de celebrar com bom vinho.

Palestinianos e os Judeus
façam os dois um esforço,
juntem Hamas com Macabeus
abracem bela paz com força.

O homem que mexeu na terra
que história antiga procura,
esqueleto de homem desterra
e tem seis metros de altura.

Dizem-nos homens do estudo
e eram muito inteligentes,
construtores no falta tudo
passam noites mais quentes.

Habilidosos e entalhadores
nas madeiras e no marfim,
vão caçando alguns roedores
para chegarem a nós assim.

Passaram já milhões de anos
e o homem de hoje encolheu,
construiu prédios com canos
mas nem com isso ele cresceu.

Eu pergunto, por que motivo
talvez me explique a ciência,
pois não é motivo p'ra riso
será do peso na consciência?.