Cruzeiro da Amêndoa

quinta-feira, 8 de junho de 2023

Não maltrate esse animal
pense no bem que lhe faz,
ele não é o ser seu igual.
mas contribui para a paz.

Pelo seu ingénuo contributo
sem aquela maldade genuína,
dá ao teu mundo seu produto
e com a bondade nos ensina.

Nunca esqueças de onde vens
e com a humildade presente,
mas emprega a força que tens
fazendo o bem a toda a gente.

Viaja mais se for possível
abre teu coração ao mundo,
para os outros sê sensível
mas sempre ajudando afundo.

Dance à chuva e não desista
e agradece ao céu por isso,
pense que é grande artista
faça disso, um compromisso.

Quando no regresso a casa
a mulher casada inventou,
chamam quando ela passava
o seu novo vizinho sou eu.

Foi por certo o seu vizinho
o novo inquilino do lugar,
que a esperou nesse caminho
e a ela se poder apresentar.

Mas se for mulher solteira
vai escondendo seus medos,
sobe devagar essa ladeira
e saboreando seus segredos.

As viúvas não se lembram
só daquilo que lhe convém,
nas conversas só entendem
se apontar o dedo alguém.

Os homens, esses disfarçam
com umas conversas melosas,
fugindo das que o embaraçam
e por vezes oferecem rosas.

O mundo no seu começo
não tinha homem nenhum,
e pelo que hoje conheço
vai-se finar sem algum.

As armas são muito fortes
os discursos não combinam,
em cada dia há mais mortos
pois, invejosos contaminam.

Tentam ir p'ra outros mundos
para fugirem desta matança,
outros se escondem nos fundos
e alimentando essa esperança.

Mas nós os humanos se portam
bem pior que outros animais,
inventam, depois não suportam
com as suas invenções fatais.

Desde a pedra até ao lítio
pólvora, Urânio e plástico,
matam tudo que há no sítio
e o homem estica o elástico.

Nós já caminhamos para o fim
a lutar por aquilo que comem,
e como era já antes de Caim
não teremos cá nenhum homem.

Minha filha ainda te lembras
do tempo em que eu passava,
as tardes cosendo as pregas
que tu e teus irmãos rasgavam.

Sim nós éramos tantos irmãos
com muitas roupas rasgadas,
para coser, só as tuas mãos
e eu não sei como aguentavas.

Mas minha filha, eu fingia
que cosia e muito pensava,
porque teu pai sempre dizia
que a mulher só trabalhava.

Ao parar estando em silêncio
teu pai pensa, está pensando,
assim fingindo, está cosendo
e sozinha eu estou viajando.

Assim percorri o mundo todo
nesses momentos, tão poucos,
foram o meu grande consolo
viajando num mundo de loucos.

Abelha fala com a mosca
e insiste em lhe explicar,
uma flor, é melhor aposta
vem comigo e experimentar.

Tem este aroma agradável
quando se abre p'ro sol,
tem uma humidade saudável
desde uma rosa ao girassol.

Mas tal mosca não entende
pois sempre viveu no lixo,
gosta mas não se arrepende
mau cheiro para ela é fixe.

Não tentes corrigir um tolo
pois vais tê-lo como inimigo,
esse lixo para ela é um bolo
as flores e o mel é contigo.

Calcula um mundo sem moscas
que para nós lembra podridão,
mais dificuldade nas buscas
sem essa companhia no verão.

Melhor judoca é o que combina
elevado grau de inteligência,
para compreender quem ensina
mas muita e grande paciência.

Para ensinar o que aprendeu
é o primeiro dos seus deveres,
princípios que não esqueceu
mas fazendo por mereceres.

Respeitar seus companheiros
que fazem parte do ensino,
como flores das cerejeiras
que são símbolos do divino.

Ter mais fé para acreditar
no que não bem compreendeu,
e pensando que vai plantar
mais alguma estrela no céu.

O Judo é aquela arte suave
para evitar o grande choque,
essa força bruta e a trave
evitando-a com um leve toque.

Nunca dês o teu coração
é teu cofre, teu tesouro,
nele guardas essa emoção
de um amor que vale ouro.

Ao dá-lo, é um desbarato
porque é coisa valiosa,
fica lá dentro o buraco
cheio de amor cor-de-rosa.

Arranja uma outra solução
tu não o dês, mas aluga,
pois caso não haja união
pede alguém por uma ajuda.

Dás uma ordem de despejo
e o inquilino vai embora,
descança e ganha o desejo
teu coração já não chora.

Para tudo há uma solução
e o tempo sempre resolve,
não desprezes a educação
e espera se do céu chove.