Cruzeiro da Amêndoa

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Quando há ambição sem base
ela é um sonho e perigosa,
não, com moderação se case
tornando-se então vantajosa.

Se houver ambição em excesso
atropela sempre mais alguém,
terá que ser pago o seu preço
que a grande ambição contém.

Mas não havendo tal ambição
é nulo um qualquer progresso,
ficando em total estagnação
sempre no começo do processo.

A ambição é um grande motor
que nos leva ao conhecimento,
traz-nos a coragem p'ro amor
nos leva a um futuro rebento.

Com a coragem mais ambição
mas em casamento temperado,
formam grande e bela união
mundo sem aquele derrotado.

Quarenta, sessenta, noventa
são tudo círculos fechados,
eles são tapados pelo vento
mas já com os dias contados.

Vamos romper essa argola
que aritmética nos ensina,
fazendo da alegria a mola
e chuto de baixo para cima.

O mais velho abre caminho
sempre em frente até bater,
os outros vão devagarinho
sem pressa para não sofrer.

São três idades em escada
e com degraus bem seguros,
o mais novo é uma almofada
aos outros estando em apuros.

Vamos cá estar muito tempo
por isso eu quero celebrar,
com saúde a cem por cento
levanto o meu copo p'ro ar.

Sonha, sonha sonha muito
não te desfaças dos sonhos,
sonhos livres são alimento
à marcha que ao mundo pomos.

Não desistas do teu sonho
por te parecer esquisito,
ele é teu, e tu és o dono
mesmo ele seja o proscrito.

Os sonhos não envelhecem
pois são como as sementes,
num tempo certo florescem
é só preciso que aguentes.

No tempo que tens guardados
numa gaveta do teu coração,
estão por certo alimentados
aguardando a concretização.

Sonhos, viagem do pensamento
grandes, difíceis de realizar,
mas no mundo haverá sofrimento
quando nós deixarmos de sonhar.

Certo, um grande pensador
num já longínquo atrasado,
dominando forte a sua dor
desses grilhões do passado.

Sabe que a vida é passagem
nada trouxe e tudo deixa,
é só, nesta pequena viagem
de nada vale a nossa queixa.

Sozinho em seu pensamento
para saber que mundo tinha,
e seguir no rasto do vento
descobrindo de onde vinha.

Mas na sua grande confusão
ao ver todo mundo a correr,
são milhões, num turbilhão
dizem, para terem que comer.

Vive daquilo alguém lhe dá
ao escutar seus pensamentos,
umas frutas com mais um chá
e pouco mais como alimentos.

Hoje, o dia da grande feira
nosso sábio desce a estrada,
tudo compra vende à sua beira
Sou feliz, não preciso de nada.

Sr. padre em seu sermão
falava bem da igualdade,
pois se ajudar seu irmão
faz, uma obra de caridade.

Porque somos todos iguais
e estamos no mesmo barco,
mas, quando veem vendavais
a tempestade põe um marco.

Alguns, vão sair num iate
mas outros em barco furado,
e a grande maioria se bate
tentando salvar-se a nado.

Se o coração fosse igual
todos tinham seu quinhão,
uns querem bem outros mal
e para milhões falta o pão.

Nós nunca vamos ser iguais
pois somos todos diferentes,
uns querem guerras brutais
outros só paninhos quentes.

O seu olhar vivo e sereno
cheio de muito amor e magia,
trouxe a meu corpo pequeno
mais força e muita alegria.

As suas mãos são calorosas
mais o seu regaço acolhedor,
a minha cabeça entre rosas
só pode ser de grande amor.

É como o tamanho do mundo
com seu amor sempre limpo,
e aquele coração fecundo
eu nunca esqueci, bem o sinto.

Mãos dela em minha cabeça
e eu sentia-me abençoado,
não há amor que eu conheça
tão sentido mas tão amado.

Há por certo em nossas vidas
anjos, e bem juntinho a nós,
mas que na hora das partidas
deixam filhos, netos ou avós.

Já não te posso aturar
tu não paras um minuto,
não cansas de perguntar
e eu cansada, não escuto.

Não consigo fazer nada
ocupas-me todo o tempo,
e já me levanto cansada
eu assim não te aguento.

Difícil criança a minha
já me falta a paciência,
e no meu tempo não tinha
nem se falava em ciência.

Crianças são mais curiosas
mas não são difíceis não,
pais em corridas furiosas
para ter em casa ganha pão.

Sempre à pressa e ocupadas
e sem tempo p'ras crianças,

em creches serão despejadas
e de lá são suas lembranças.