segunda-feira, 25 de maio de 2015

O Sonho I

O sono é ramo da morte,
e o sonho filho do sono,
meu sonho define a sorte
daquilo a que me proponho.
  Não quero sonhar grandezas que nunca irei alcançar, basta ganhar p'ras despesas e ter pão para almoçar.   Quem sonha alto de mais se o consegue é meu herói, ele se arrisca em temporais e haja um raio que o destrói.   O sonho é estrada sem fim com ele tudo vamos ter, até torres de marfim onde podemos ir viver.   Eu por mim, sonho baixinho p'ra queda ser mais pequena, quando acordar no banquinho a vida ser mais amena.

Dia de Primavera







Tarde morna aonde eu moro
neste dia, fins de Abril,
estou com fé ainda melhore
ou vão chover águas mil.

Já passou a tempestade
e a chuva já foi embora,
não me deixou saudade,
fico mais contente agora.

O sol já rompeu as nuvens
e as rosas se abrem p'ro ver,
castigadas pelas chuvas
vão querendo agradecer.

A grande estrela é motor
da vida neste planeta,
nós lhe temos muito amor
por termos quem nos aqueça.

Água, chuva e vento norte
são nossos grandes amigos,
sem eles, mal seria a sorte
dos que se querem manter vivos.

Bicho de Conta



Sem se importar com o perigo
lá vai o bicho de conta
atravessando o meu trilho
á sua vitória ele aponta.

Já escapou de muitos perigos
sem sequer se aperceber,
talvez fale com seus amigos
dos riscos que anda a correr.

Para se defender do perigo
ele não luta, mas se enrola,
tornando-se inofensivo
transforma-se numa bola.

Qual exemplo deste bicho
que em vez de lutar se humilha,
assume que é quási lixo
mas salva a vida e brilha.

Pedra dura e pedra dura
vão bater até que parte,
o bicho finge candura
és mais forte e eu mais fraco.

Judo Clube de Odivelas



Já passou a tempestade
e nasce o Judo em Odivelas, Desporto, agora em liberdade para eles e para elas.

Crianças, medrosas, fechadas,

no tapete, sem fechos ou botões, seus olhos respiram liberdade e vão aprender sem sermões.

Grande motor nos embala homem genuíno e forte, pensando em larga escala define assim a nossa sorte. 

Com trabalho e humildade o clube lá vai crescendo, dessa saudosa mocidade crianças vão aparecendo.

Não esquecemos com orgulho menina de estatura meã, não vira a cara ao barulho e oito vezes foi campeã.

Outra intrépida e destemida só parou no grande Olimpo, onde encontrou sua medida é tudo orgulho que eu sinto.

Ricardo, Pedro e Bettencourt eram os reis da gargalhada, Júlio, Marcelo e Guerreiro riam com a boca bem rasgada.
Lapa, Acácio e Valadares Hélder, Paulo e o grande Kid, são figuras p'ra lembrares da grande fase da vida.

Não esquecemos o Rui e o forte e feliz Pestana, Carla, Helena e a Verdu e a nossa querida Ana.

São importantes as mãos mas com ajuda dos pés, com cabeça e corpos sãos Nasceu assim o Núcleo 10.

 

Santo António




Foi junto à Sé de Lisboa
que nasceu o santo António
a vida não lhe era boa
e ele lutou contra o demónio
Tornou-se num Franciscano
foi teólogo e pregador,
sua fé o estava guiando
missionário em seu labor.

No seu trabalho Africano
que percorreu desde a Sé,
ensinando ao muçulmano
todo o ardor da sua fé.

Quando voltou à Europa
à Sicília foi aportar,
faz milagres
e em Pádua veio descansar.

Lisboa diz, é nosso santo
porque ele nasceu na Sé
mas Itália lhe quer tanto
que eu não sei, de quem ele é.

Raparigas vão sonhando
que o santo lhe arranje par,
e algumas de vez em quando
encontram com quem casar.

Crescendo I




A mocidade é otimismo
liberdade e inovação,
teoria e radicalismo
arte e imaginação.
Com a idade produtiva
desenvolvo a minha mente,
junto a ela a desportiva
e vivo bem o presente.
Prudência e maturidade
juntando o conhecimento,
vai me dar estabilidade
p'ra fazer e ser prudente.
Na velhice é a memória
pessimismo e estagnação,
descanso lembrando história
autoridade e religião.

Fechou-se o ciclo da vida
nada mais há p'ra fazer,
vou preparando a partida
já cumpri o meu dever.

Envelhecendo

  

A mocidade chega ao fim
no dia em que eu casar,
o futuro espera por mim
finda o descuidoso brincar.

Minha vida é só paixão
e da poesia passa a prosa,
vou aceitar a alteração
para a tornar mais frutuosa.

Casamento em clima quente
põe fim cedo á adolescência,
depressa espalha a semente
e o fim chega em antecedência.
Quando é novo ele propõe
ser um homem vertical,
mas na velhice se opõe
e só atrai a horizontal.

O homem velho é arquivo
das emoções experimentadas,
ganhou agora o bom sizo
de duas mãos calejadas.

Alma



Corpo inerte, já sem vida
e, em redor tudo é calma,
ninguém deu pela saída
daquilo a que eu chamo alma.

Que gás será que se evapora,
deixando o corpo morrer,
ele se esvai pelo ar fora
e o corpo deixa de sofrer.

A alma o grande alimento
que faz um corpo animar,
ela dá vida e é sustento
fazendo o meu corpo andar.

Talvez haja um armazém
para as almas arrumar,
junto ao corpo é muito alem
só sem corpo lá vou chegar.

Depois de algum descanso
vou ter outra ocupação?,
irei para o céu com o balanço
ou volto ao corpo de um cão.

O Mar



Sentado à beira do mar
olhando os jovens surfar
e as ondas molhando areia,
a chegada em espuma branca
como a gaivota que encanta
no canto de uma sereia.
Como é lindo o meu país
para quem tem cá raiz
e aprecia a natureza.
ver este sol deslumbrante
com tanto mar saltitante
é demais tanta beleza.

Ainda em terra há pinhais
e na areia alguns casais
vão preparando o futuro,
Eu pensando, fui criança
sem ter no mar esperança
o meu passado foi escuro.

Com ar puro em meus pulmões
vindo desses vagalhões
volto a casa confortado,
tratem bem a Caparica
Deus a fez terra bendita
por minha parte obrigado.